quarta-feira, 30 de junho de 2010

O amor


O amor acorda cedo, despede-se com um beijo e sai apressado pela porta. O amor toma café frio, calça pantufas e se permite continuar de pijamas ao dirigir até a escola. Com olhos gentis, acompanha o portão fechar – quando então volta a preocupar-se com a própria vida.
O amor não cala quando necessário, pois precisa ser sabido. E ao emudecer, permanece tranqüilo por não necessitar ser dito para então, existir. O amor existe e ponto.
O amor traz presentes em dias incertos e embora se esforce, está sujeito ao esquecimento. Nem todo amor ama com números. Nem todo amor ama com palavras. O verdadeiro amor dispensa calendário, faz aniversário todos os dias. Quem ousa escolher dia certo para amar?
O amor é atarefado. Dedica o melhor de si e em seguida se sente esgotado para amar. Quando o amor cansar, seja generoso: não insista, considere o dia de amanhã. O amor sente o passar do tempo, mas otimista, acredita no futuro.
O amor é passível de chiliques. Sente dor de cabeça e cotovelo. Dá bronca e cobra atenção, mas se vê impotente para negar aconchego e cobertor. É cuidadoso o suficiente para não deixar dormir com pés destapados, e caridoso ao permitir que um feixe de luz adentre o quarto escuro.
O amor às vezes não ouve, quando olha, nem sempre enxerga. Não que seja cego, surdo e burro, é apenas condescendente, porque sabe que comparado a ele, nada é grande o suficiente para ser temido.
O amor não chega na hora marcada, mas sempre volta. E é ao cair da noite que o escorregar da chave na fechadura, avisa: É o amor. É o amor que está chegando.

O meu chega, quase sempre, na hora marcada e traz o sol, meu sorriso e o meu desejo de ser mais feliz...
Meu amor chega trazendo alegria e desejo, fantasia e sonhos, chega com a minha metade, que havia levado com ele e então estarei completa... Outra vez!

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